Para os celtas, o mundo estava em constante transformação, noção baseada na experiência de observação e de adoração da natureza; o importante é o presente, o momento, a harmonia e a saúde do corpo e do espírito.
Os celtas estiveram presentes em praticamente todo o continente europeu, que possui fragmentos de sua cultura. O seu habitat inicial era o sudoeste da Alemanha, Europa ocidental e central. Com o domínio da agricultura, tecnologia na cerâmica e no bronze, ao longo de séculos, eles invadiram França, Espanha, Tchecoslováquia, sula da Alemanha, Áustria e Grã-Bretanha. A sua história se estendeu por cerca de dois mil anos (de 1800 aC até o final do século 1 dC). A partir de 660 aC, invadiram a Península Ibérica e, até metade do século 2 aC, expandiram para Ucrânia, Grécia, Ásia Menor, Gália e grande parte da Itália. Quando se fala dos povos celtas, não se fala de um império celta, porque eles viviam em tribos independentes; o poder era dado ao rei, escolhido pelo grupo, e que cuidava do bem-estar da sua comunidade. Quando uma tribo atingia um número determinado de habitantes, ela se dividia. Uma parte para outro lugar a fim de organizar uma nova aldeia, seguindo o sinal que era fornecido pelas aves totêmicas, até chegarem às novas terras. Eles eram organizados política e socialmente em tribos independentes que, ao longo dos anos, foram se espalhando pela Europa. Não são considerados um povo com etnia homogênea, as possuíam a mesma língua e religião, que servia como um elo entre os membros das diversas tribos, dando-lhes a característica de “celta”.
Existiram diversos grupos celtas compostos de várias tribos, entre eles os bretões, os gauleses, os escotos, os eburões, os batavos, os belgas, os gálatas, os trinovantes e os caledônios. Muitos destes grupos deram origem ao nome das províncias romanas na Europa, as quais mais tarde batizaram alguns dos estados-nações medievais e modernos da Europa.
Por aí você já começa tomar contato com nomes comuns no nosso cotidiano, pincipalmente se você já foi ou vive na Europa atual.
Os celtas foram conhecidos por três designações diferentes, pelos autores greco-romanos: Celtas do latim Celtae, e do grego Keltoí. Gálatas, em latim galatae e em grego Galátai. E galos ou gauleses do latim gallai, galli e do grego Galloí. Os romanos se referiam apenas aos celtas continentais como celtae. Os celtas da Irlanda e das ilhas Britânicas, nunca foram designados como sendo celtas, nem pelos romanos e nem por si próprios. Eles eram chamados de Hiberni (hibérnios) e Britanni (bretões)respectivamente. Curiosamente, só começaram a ser chamados de celtas no século XVI.
Bem, estudar o povo Celta não é das tarefas mais simples ou fáceis. Sua cultura não nutria o hábito da escrita e sim do conhecimento via oral. Assim sendo, muito de suas histórias se perderam após a derrota para os romanos.
As origens dos povos celtas são motivo de controvérsia. Especula-se que entre 1900 e 1500 a.C. eles tenham surgido a partir da fusão de descendentes dos agricultores danubianos neolíticos e de povos de pastores oriundos das estepes. Mas nada disso nos é assegurado por dados históricos concretos…
Contudo, a história nos diz com certeza que foi a partir do inicio do século IV a.C que as tribos celtas passaram a realizar conquistas de novos territórios e isso ocorreu devido a alterações climáticas que tornavam seu habitat original muito mais seco.
Isso fez com que eles buscassem áreas mais úmidas. Curiosamente, eles se viram obrigados a fazer o caminho inverso que os teriam levado a chegar a mesma região por volta do século VI a.C. Atualmente acredita-se que os Celtas tenham chego a Península Ibérica fugindo do forte frio que se abateu sobre a terra durante o período glacial e essa região, provavelmente tenha sido a primeira a apresentar condições “ideais” para a sobrevivência desse povo. Mas tudo isso se deve a estudos ainda em período de pesquisa feitas por Daniel Bradley do Trinity College de Dublin que tem amplo interesse em resgatar a cultura de seu povo que genéticamente é o que mais tem parentesco com os Celtas.
Os Celtas não foram os únicos povos a migrar-se em procura de zonas mais férteis e com clima ameno no continente. Acredita-se que muitas raças fugiram de locais que cada dia ficavam com temperaturas mais altas e com pouco alimento. Ao verificar a história, percebemos claramente que esse foi um processo migratório que se prolongou por mais de três séculos em toda a Europa…
Pesquisas feitas, nos levam a crer que foram os Celtas os responsáveis pela introdução da metalurgia em nossa sociedade, o que lhes rendeu uma enorme supremacia militar, mas isso também acabou contribuíndo para que por diversas vezes fosse preciso sair em busca de novas lavras de minérios de ferro para suprir a crescente demanda na forja não apenas de armas, mas também de utensílios de uso variado.
No caso céltico o processo migratório gerou uma expansão territorial predominantemente em direção a oeste e sul da Europa. Acredita-se que os Celtas tenham ocupado um vasto espaço geográfico que formava algo semelhante a um grande arco tendo como extremidades as ilhas britânicas, passando por boa parte da Península Ibérica e cercania até chegar ao centro da Ásia Menor
Abordagens gerais sobre o Druidismo
Segundo especialistas em História das Religiões, Druidismo é uma religião de caráter xamânico e totêmico, entre outros princípios, reverencia toda a natureza como sendo sagrada. O Druidismo é uma religião politeísta, tribal, pagã e exclusivamente celta.
O Druidismo era considerado a unidade político-religiosa da cultura celta, portanto, praticada pelos Druidas que cultuavam somente Deuses celtas, por volta de 500 a.C. - como relata Dra. Miranda Green e tantos outros historiadores e arqueólogos.
"As fontes de pesquisa sobre o Druidismo são praticamente as mesmas dos celtas, com um pouco mais de restrições, pois não encontramos druidas em todas as sociedades celtas, ou seja, somente em textos medievais, de origem por vezes meramente mitológica, com dados de arqueologia e relatos romanos. Por isto, muito da história dos druidas até hoje é um grande mistério para os historiadores oficiais; sabe-se que realmente existiram entre os povos celtas, mas que não nasceram nesta civilização." The World of The Druids - Dra. Miranda J. Green - Ed.Thames Hudson 1997.
Atualmente, existem duas grandes linhas que são bem atuantes no Paganismo Celta: o Reconstrucionismo Celta e o Druidismo.
Esses dois caminhos buscam resgatar a espiritualidade e o folclore celta, em um contexto cultural, linguístico e religioso, reconstituindo e preservando a cultura celta, através do estudo histórico, antropológico e arqueológico da atualidade.
Portanto, temos o objetivo pessoal de resgatar e divulgar o Druidismo sob uma ótica Reconstrucionista, anterior a cristianização, focando a ancestralidade e o patrimônio cultural deste povo, a língua, os mitos e as lendas. E, com isso, construirmos nosso próprio caminho druídico, vivenciando-o a partir de elementos da cultura celta, respeitando e honrando a terra, que era tão sagrada aos celtas, seja ela na Irlanda, Inglaterra ou Brasil.
Mas há muita especulação sobre o que é e o que não é celta. Sabemos que os celtas não deixaram nenhum registro escrito da sua história, apenas relatos baseados na visão dos seus inimigos romanos, militares e historiadores, e, posteriormente, monges copistas da Idade Média, além de achados arqueológicos, que nos ensinam muito sobre a cultura celta e nos dão uma leve noção sobre as práticas religiosas dos Druidas.
"Naturalmente, pode-se lamentar que a falta de escrita seja responsável por não haver testemunhos essenciais para o conhecimento da antiga cultura celta; mas esta não-utilização da escrita, longe de atestar uma espécie qualquer de incapacidade, resultou duma escolha deliberada das elites celtas, dos chamados Druidas, que eram, simultaneamente, sacerdotes, filósofos, historiadores, poetas e mágicos." Jean Markale - A Grande Epopéia dos Celtas.
Os romanos fizeram a parte escrita da história e os celtas sobreviveram através dos seus mitos e lendas, que foram passados de boca a boca e de geração a geração. Apesar da cultura oral, que nos chega até os dias de hoje, ser muito importante, não podemos desprezar a história escrita, mas é imprescindível ressaltar que a história não possui a verdade absoluta e, na maioria das vezes, o que prevalece é o bom senso e a pesquisa em várias fontes, onde possamos reconhecer o verdadeiro conhecimento ancestral.
Vale lembrar que a civilização celta não era constituída de um único povo, mas de vários povos que habitavam a Europa Central, a Península Ibérica, as Ilhas Britânicas, a Irlanda e a Escócia. Entre eles havia em comum a estrutura social tribal, a agricultura, o estilo de arte específico e a língua falada. E acima de tudo, uma religião com um sistema sacerdotal comum a quase todos os celtas: o Druidismo.
Os celtas eram bem diferentes entre si, tanto na aparência física como nas atividades econômicas e existiam também muitas variações religiosas de região para região, incluindo os festivais, que não eram os mesmos para todos. Os bretões, por exemplo, tinham uma festa específica para celebrar o Solstício de Inverno, sendo que outras tribos não possuíam festivais semelhantes nessa época.
No geral, os Druidas formavam uma elite na sociedade celta, onde ocupavam os cargos de sacerdote, bardo, magistrado, mago, médico, juízes e diplomatas, tentando, sempre que possível, construir novas alianças e constituir a paz entre os reinos celtas.
Podemos encarar o sacerdócio no Druidismo como um agente equilibrador com a responsabilidade social de curar toda a tribo, assim como, curar a si mesmo e o próprio planeta. A arte da cura sempre foi muito evidente nas práticas druídicas, bem como em todas às praticas de caráter xamânico, que cultivam ações semelhantes.
Enfim, a verdadeira fonte do Druidismo transcende o tempo e o espaço, para se apresentar através da sua essência infinita, que hoje, revive em nossa alma ancestral... Que assim seja!
Bênçãos plenas do céu, da terra e do mar!
Abordagens gerais sobre o Druidismo
Segundo especialistas em História das Religiões, Druidismo é uma religião de caráter xamânico e totêmico, entre outros princípios, reverencia toda a natureza como sendo sagrada. O Druidismo é uma religião politeísta, tribal, pagã e exclusivamente celta.
O Druidismo era considerado a unidade político-religiosa da cultura celta, portanto, praticada pelos Druidas que cultuavam somente Deuses celtas, por volta de 500 a.C. - como relata Dra. Miranda Green e tantos outros historiadores e arqueólogos.
"As fontes de pesquisa sobre o Druidismo são praticamente as mesmas dos celtas, com um pouco mais de restrições, pois não encontramos druidas em todas as sociedades celtas, ou seja, somente em textos medievais, de origem por vezes meramente mitológica, com dados de arqueologia e relatos romanos. Por isto, muito da história dos druidas até hoje é um grande mistério para os historiadores oficiais; sabe-se que realmente existiram entre os povos celtas, mas que não nasceram nesta civilização." The World of The Druids - Dra. Miranda J. Green - Ed.Thames Hudson 1997.
Atualmente, existem duas grandes linhas que são bem atuantes no Paganismo Celta: o Reconstrucionismo Celta e o Druidismo.
Esses dois caminhos buscam resgatar a espiritualidade e o folclore celta, em um contexto cultural, linguístico e religioso, reconstituindo e preservando a cultura celta, através do estudo histórico, antropológico e arqueológico da atualidade.
Portanto, temos o objetivo pessoal de resgatar e divulgar o Druidismo sob uma ótica Reconstrucionista, anterior a cristianização, focando a ancestralidade e o patrimônio cultural deste povo, a língua, os mitos e as lendas. E, com isso, construirmos nosso próprio caminho druídico, vivenciando-o a partir de elementos da cultura celta, respeitando e honrando a terra, que era tão sagrada aos celtas, seja ela na Irlanda, Inglaterra ou Brasil.
Mas há muita especulação sobre o que é e o que não é celta. Sabemos que os celtas não deixaram nenhum registro escrito da sua história, apenas relatos baseados na visão dos seus inimigos romanos, militares e historiadores, e, posteriormente, monges copistas da Idade Média, além de achados arqueológicos, que nos ensinam muito sobre a cultura celta e nos dão uma leve noção sobre as práticas religiosas dos Druidas.
"Naturalmente, pode-se lamentar que a falta de escrita seja responsável por não haver testemunhos essenciais para o conhecimento da antiga cultura celta; mas esta não-utilização da escrita, longe de atestar uma espécie qualquer de incapacidade, resultou duma escolha deliberada das elites celtas, dos chamados Druidas, que eram, simultaneamente, sacerdotes, filósofos, historiadores, poetas e mágicos." Jean Markale - A Grande Epopéia dos Celtas.
Os romanos fizeram a parte escrita da história e os celtas sobreviveram através dos seus mitos e lendas, que foram passados de boca a boca e de geração a geração. Apesar da cultura oral, que nos chega até os dias de hoje, ser muito importante, não podemos desprezar a história escrita, mas é imprescindível ressaltar que a história não possui a verdade absoluta e, na maioria das vezes, o que prevalece é o bom senso e a pesquisa em várias fontes, onde possamos reconhecer o verdadeiro conhecimento ancestral.
Vale lembrar que a civilização celta não era constituída de um único povo, mas de vários povos que habitavam a Europa Central, a Península Ibérica, as Ilhas Britânicas, a Irlanda e a Escócia. Entre eles havia em comum a estrutura social tribal, a agricultura, o estilo de arte específico e a língua falada. E acima de tudo, uma religião com um sistema sacerdotal comum a quase todos os celtas: o Druidismo.
Os celtas eram bem diferentes entre si, tanto na aparência física como nas atividades econômicas e existiam também muitas variações religiosas de região para região, incluindo os festivais, que não eram os mesmos para todos. Os bretões, por exemplo, tinham uma festa específica para celebrar o Solstício de Inverno, sendo que outras tribos não possuíam festivais semelhantes nessa época.
No geral, os Druidas formavam uma elite na sociedade celta, onde ocupavam os cargos de sacerdote, bardo, magistrado, mago, médico, juízes e diplomatas, tentando, sempre que possível, construir novas alianças e constituir a paz entre os reinos celtas.
Podemos encarar o sacerdócio no Druidismo como um agente equilibrador com a responsabilidade social de curar toda a tribo, assim como, curar a si mesmo e o próprio planeta. A arte da cura sempre foi muito evidente nas práticas druídicas, bem como em todas às praticas de caráter xamânico, que cultivam ações semelhantes.
Enfim, a verdadeira fonte do Druidismo transcende o tempo e o espaço, para se apresentar através da sua essência infinita, que hoje, revive em nossa alma ancestral... Que assim seja!
Bênçãos plenas do céu, da terra e do mar!
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